6 de maio de 2021 Economia de energia, Novidades

No Brasil, há bastante tempo discute-se a mudança da forma de precificação da energia elétrica com objetivo de trazer maior realidade e precisão entre os custos da operação do sistema e os preços da energia.

Acompanhando essa nova realidade de consumo energético no país, vem a proposta do Preço Horário, que será definido diariamente pela Câmara de Comercialização de Energia (CCEE), com base nos dados do Operador Nacional do Sistema (ONS).

Hoje, adota-se o preço por semana-patamar, que é estabelecido semanalmente: toda sexta-feira é feito o cálculo e divulgação do PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) que permanecerá o mesmo para a próxima semana, subdividido em três patamares – leve, médio e pesado – que indicam os períodos em que o sistema elétrico é menos ou mais demandado.

Já com o PLD Horário, que já é uma tendência no mundo e está previsto para ser implementado no Brasil a partir de janeiro de 2021, o preço será calculado diariamente, valendo para as 24 horas do dia seguinte.

O objetivo é que as projeções se aproximem ainda mais da realidade, diminuindo diferenças entre a projeção e a real operação do sistema.

Vantagens no modelo de PLD horário

Diminuição dos Encargos de Serviço do Sistema (ESS), uma vez que essa diferença entre projeção e realidade é custeada por todos os consumidores;

Maior precisão dos horários em que a energia é mais cara ou mais barata, incentivando consumidores a flexibilizarem o uso da energia, diminuindo a carga em períodos mais caros. Além do benefício financeiro, o modelo contribui também para a diminuição do estresse do sistema nesses momentos.

Incentivo para armazenamento de energia, como usinas reversíveis e baterias, aproveitando a variação horária para armazenar em momentos de PLD baixo e entregar em momentos de PLD alto.

No novo modelo, serão mais expressivas as variações de preço da energia ao longo do dia, o que deverá trazer novas oportunidades de negócios, viabilizando investimentos em novas tecnologias, incentivando a melhor gestão do processo produtivo, possibilitando otimizar custos e ganhar competitividade no mercado.

Novo modelo representa um avanço relevante para a fonte solar fotovoltaica, que produz energia durante o dia, período em que a sociedade mais consome

Segundo Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (ABSOLAR), os atributos da fonte fotovoltaica ganharão reconhecimento por meio do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD). Ele também considera que o novo modelo irá destacar o fato da tecnologia gerar energia durante o dia, período no qual maior parte do consumo acontece.

“O PLD horário é uma evolução importante para a energia solar fotovoltaica, que gera energia no período diurno, justamente aquele em que a sociedade mais consome. Os nossos picos de demanda, que no passado ocorriam no final do dia, agora estão acontecendo entre 11h e 17h, em especial nos meses mais quentes do ano”, relatou o presidente da ABSOLAR em entrevista ao podcast Giro Energia, realizado pelo jornalista Roberto Rockmann.

Sauaia detalhou o motivo do PLD horário levar à valorização da energia solar. “Nesses momentos do dia, temos Sol brilhando intensamente e a fonte solar pode ajudar a aliviar essa demanda maior do sistema, gerando energia, inclusive perto dos locais de consumo. Naturalmente, nesses horários a energia deve ter um valor maior. Portanto a solar deve ter, com a entrada do PLD horário, o reconhecimento deste atributo que atualmente não é valorizado corretamente pelo setor elétrico brasileiro”.

Com a mudança trazida pelo PLD horário, que funcionará a partir do dia 1º de janeiro, o preço da energia no mercado de curto prazo, em vez de se basear nas semanas, passará a considerar o horário. O dirigente afirma que este novo modelo é um progresso fundamental para a contabilização do valor da energia elétrica no Brasil.

“Isso porque nós sabemos que, em diferentes horários do dia, os brasileiros consomem quantidades diferentes de energia elétrica. Por exemplo, no período da noite, a energia é consumida em quantidade muito menor e faz sentido que nesse período, em que a demanda é menor, o preço reflita essa realidade e seja menor”, elucida Sauaia.

“Nos momentos em que a sociedade faz mais uso da energia, é natural que o preço também reflita isso. Esse alinhamento entre oferta e demanda em base horária, ajuda a sociedade a melhor reconhecer o valor que a energia elétrica tem nas diferentes horas do dia. Por isso, o preço-horário é um avanço, porque ajuda a trazer mais realismo e clareza para o valor pago a energia elétrica pela sociedade”, completou.

fontes: Panorama Comerc e Portal Solar

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